Em meio ao evidente impacto das mudanças climáticas no planeta causadas pelo homem – onda de calor no Hemisfério Norte, eventos extremos – chamam a atenção alguns movimentos a favor (e contra) esta realidade que cada vez se torna mais aceita.
Aquecimento Global e Energias Alternativas Limpas
A insistência do atual presidente americano de esquecer o resto do mundo e tentar reverter os (poucos) ganhos na proteção ambiental e na luta contra o aquecimento global – após outras medidas de retrocesso como a saída do Acordo do Clima de Paris, desta vez anunciou sua “Regra de Energia Limpa Financiável”, incentivando o uso do carvão nos EUA, mesmo que admitindo que poderá provocar 1400 mortes prematuras a mais por ano até 2030 devido à poluição atmosférica (fonte: UOL, 24/08/18);
A insistência de governos municipais, fundos de investimento e empresas privadas em se comprometer com a redução do aquecimento global. (fonte: UOL, 24/08/18);
O grande crescimento em andamento e previsto para os próximos anos do uso de energias alternativas limpas (p.ex. solar e eólica) no mundo, e também no Brasil (onde a geração de energia distribuída cresce vertiginosamente desde a sua regulamentação há poucos anos), mas que ainda representa pequena fatia do uso de energia mundial. De acordo com o Conselho Global de Energia Eólica, mais de 52 GW de energia limpa foram adicionados em 2017, levando o total de instalações a 539 GW. No Brasil, a fonte eólica tem mostrado um crescimento consistente, passando de menos de 1 GW em 2010 para 13,4 GW em agosto de 2018, fazendo o país passar do 15o. lugar no ranking de capacidade instalada em 2012 para a 8a. posição em 2017 (Fonte: ABEEólica, in Revista O Setor Elétrico, Edição de Julho/18). O uso e as metas nacionais de energia solar fotovoltaica mostram esta expansão (China- 131 mil MW em uso, e meta de 213 mil MW até 2020; EUA – 51 mil MW em uso, e meta de 405 mil MW até 2030; Índia – 100 mil MW até 2022; Japão – 49 mil MW em uso, e meta de 200 mil MW até 2050. No entanto, no Brasil temos potencial nominal atual de 1,3 mil MW, e tímida meta de 13,3 MW até 2026 (Fonte: ABsolar, in Revista O Setor Elétrico, Edição de Julho/18).
NBR ISO 50001:2018 – Sistemas de Gestão da Energia
Neste sentido, também é notícia relevante o anúncio na semana passada da publicação da revisão 2018 da ISO 50001 – Energy management systems — Requirements with guidance for use. Pela integração da gestão da energia às práticas empresariais, ela provê uma abordagem sistemática para a melhoria contínua do desempenho energético que pode transformar o modo como as organizações gerenciam energia e reduzir os custos a ela associados, além de ajudar a atingir as metas de mitigação de mudanças climáticas pela redução das emissões de gases de efeito-estufa relacionados à energia (que é um dos grandes contribuintes para o aquecimento global). Este documento contribui ainda para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável:
Número 7 – Assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia para todos,
Número 11 – Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis),
Número 12 – Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis,
Número 13 – Tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos.
Segundo informações da ABNT/CB-116, é esperada a publicação da tradução brasileira NBR ISO 50001:2018 – Sistemas de Gestão da Energia para os próximos dias.
Mudanças da revisão da NBR ISO 50001:2018
As maiores mudanças desta revisão da Norma são:
Adoção dos requisitos da ISO para normas de sistemas de gestão, incluindo a estrutura de alto-nível, texto principal idêntico, e termos e definições comuns, para assegurar um alto nível de compatibilidade com outras normas de sistemas de gestão (p.ex. ISO 9001:2015, ISO 14001:2015);
Melhor integração com o processo de gestão estratégica;
Clarificação da linguagem e estrutura do documento;
Maior ênfase no papel da alta direção;
Atualização e inclusão de algumas definições e melhoria de sua sequência, incluindo a de melhoria do desempenho energético;
Clarificação sobre as exclusões de tipos de energia;
Clarificação da revisão energética;
Introdução do conceito de normalização dos indicadores de desempenho energético e linhas de base associadas, e melhoria do texto sobre estes requisitos, para prover melhor entendimento sobre estes conceitos;
Adição de detalhes sobre o plano de coleta de dados de energia e requisitos relacionados (anteriormente chamado de plano de medição de energia).
A realidade do aquecimento global causado pela contribuição humana é quase consenso mundial. Já é hora de avançar um passo além da aceitação, e buscar medidas práticas efetivas. Neste sentido aumentar a participação de energias renováveis, reduzir o consumo de energia e buscar a melhoria do desempenho energético através de ferramentas de gestão como a ISO 50001 é fundamental para mitigar este risco, considerado pelo Fórum Econômico Mundial um dos maiores do Nosso Planeta!
Michel Epelbaum – Diretor da Ellux Consultoria
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