Nesta semana se realiza o Fórum Econômico Mundial, que reúne líderes mundiais (grandes empresários, chefes de estado e políticos de relevância) para discutir problemas contemporâneos em janeiro de cada ano. Usualmente em Davos, na Suíça, neste 2020/2021 “cisne negro” (denominação criada por Nassim Nicholas Taleb para acontecimentos imprevisíveis com resultados impactantes) ele se mudou para o mundo online nesta semana, e o encontro presencial foi previsto para se realizar em maio em Singapura.
Sob o slogan “O Grande Reinício”, o assunto central do diálogo desta edição são as consequências da crise da COVID-19 e a recuperação da economia mundial (como não poderia deixar de ser), focando em sete temáticas concretas: como salvar o planeta, economias mais justas, tecnologia para o bem, o futuro do trabalho, empresas mais justas, futuros mais saudáveis e mais além da geopolítica. E, como poderia deixar de ser, o Jair Bolsonaro não vai participar do evento…
O relatório de riscos globais 2021 do Fórum traz mudanças em relação a anos anteriores, como era de se esperar. O relatório faz um histórico das análises e alertas do Fórum Econômico Mundial quanto aos riscos de pandemia (nos anos de 2006, 2013, 2016, 2019 e 2020), que se materializou em 2020 e trouxe as consequências que todos estão acompanhando.
Particularmente, chama a atenção para:
- O aumento dos impactos sociais, agora representando 3 entre os 10 maiores riscos em 2021) – doenças infecciosas, crise de subsistência e erosão da coesão social – mais de 2 milhões de mortos até o momento, e apenas no segundo trimestre de 2020 foram perdidas horas de trabalho equivalentes a 495 milhões de empregos;
- A premência da cooperação para combater o aquecimento global, maior risco global de longo prazo. Os riscos ambientais continuam consistentemente no topo da lista (5 entre os 10 maiores em 2021);
- Os seus impactos econômicos, incluindo a estagnação prolongada e a crise fiscal dos países, e as transformações setoriais em função da pandemia e da digitalização que se acelerou;
- Preocupações quanto ao aumento da concentração de poder digital e seus riscos, como de falhas na cyber-segurança;
- Preocupações quanto ao impacto de armas de destruição em massa (terceiro maior, abaixo somente da falha em prevenir/mitigar o aquecimento global, e das doenças infectocontagiosas), apesar da probabilidade baixa de ocorrência.
Os riscos foram analisados também em função do prazo: de curto prazo (até 2 anos) – perigos claros e presentes de médio prazo (de 3 a 5 anos) – efeitos em cadeia; e riscos de longo prazo (5 a 10 anos) – ameaças existenciais.
Há muito o que discutir. Em todos os anos sempre houve. Mas não como nesse, em que o mundo virou de ponta-cabeça…
Esperamos que haja serenidade e cooperação positiva para enfrentar essa grande crise de nossos tempos, procurando o bem maior para o planeta e para o maior número possível de pessoas, sem privilégios de qualquer tipo (que o mundo já não aceita), reduzindo as desigualdades que só tem aumentado,. O mundo está mais globalizado do que nunca… nunca antes em nossa história a expressão “Nosso futuro comum” se tornou tão real e tão necessária como conceito e prática. O ponto da virada (the turning point) chegou? Ou é o ponto sem retorno (the point of no-return)?
Michel Epelbaum – Diretor da Ellux Consultoria
Diretor da Ellux Consultoria. Tem mais de 25 anos de experiência nacional e internacional em gestão de sustentabilidade, qualidade, meio ambiente, saúde ocupacional e segurança, e compliance. É membro dos Comitês Técnicos da ABNT de Gestão Ambiental, Antissuborno, Riscos, Governança, Responsabilidade Social e Energia. É Lead Assessor nas normas ISO 9001, ISO 14001, OHSAS 18001, ISO 45001, ISO 19600 e ISO 37001.
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Riscos Globais 2020 – aquecimento global se destaca no Fórum Econômico Mundial 2020
Riscos Globais 2019 – Fórum Econômico Mundial
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