Nesta semana foi divulgada a atualização anual do Índice de Percepção de Corrupção-IPC da ONG Transparência Internacional, o mais respeitado e usado no mundo.
Índice de Percepção da Corrupção
Caindo nos últimos anos, neste documento recém-divulgado o Brasil volta a despencar de 96º para 105º lugar (atrás de países como Burkina Fasso, Timor Leste e Arábia Saudita).
O Brasil ocupa a 20º posição entre os 32 países americanos.
Mais uma derrota para o país, onde a Operação Lava-Jato pareceu representar uma mudança de rumos no tratamento dos casos de corrupção, mas que nos últimos dois anos, quando começou a condenar políticos de uma forma mais sistêmica, foi forçada a voltar à primeira marcha, brecada por interesses destes mesmos homos políticus assustadus, aliados a seus parceiros empresários envolvidos nos mecanismos.
No novo mapa internacional da corrupção, o Brasil está corado de vergonha.
NBR 19601 – Sistemas de Gestão de Compliance
Não é à toa que certificações independentes como a da ISO 37001 avançam no mundo. Não à toa que a ISO está desenvolvendo uma norma certificável para Compliance – a ISO 37301, prevendo-se sua publicação no final de 2020. Dentre as referências para este processo, está a brasileira NBR 19601.
Sobre este assunto, o Brasil deu um passo à frente: a NBR 19601 – Sistemas de Gestão de Compliance ― Requisitos, passou por mais uma etapa de revisões de seu segundo texto submetido à consulta nacional na semana passada. Neste dia inteiro de discussões, foram analisados mais de 60 comentários feitos durante este período de consulta aos potenciais interessados da sociedade.
Após esta etapa, deverá ser alterado o texto com as propostas de mudanças aprovadas, e este novo documento será submetido a nova consulta nacional, com expectativa de aprovação em março ou abril de 2019.
Conclusão
A nossa posição no IPC da Transparência Internacional nos traz como lição que há muito, muito a fazer no Brasil no que se refere a governança, gestão, riscos, compliance e integridade.
A catástrofe de Brumadinho é só mais um fio do novelo do compliance e da sustentabilidade. Doloroso fio…
O novo governo federal não definiu a área socioambiental como prioridade, pelo contrário, sinaliza com discursos que caracterizam retrocessos (mesmo que os governos anteriores não tenham sido muito ativos nesta área). Por outro lado, traz como um de seus “carros-chefe” o combate à corrupção, o que é extremamente necessário. Precisamos de ética, integridade, governança e gestão.
E de modelos de gestão como das normas ISO para compliance, que nos ajudem neste longo caminho.
Michel Epelbaum – diretor da Ellux Consultoria
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