A Gamificação é uma ferramenta relativamente recente. Em post anterior mostramos dados sobre os benefícios desta ferramenta para a aprendizagem, engajamento e motivação. Mas como estes benefícios podem ser melhor aproveitados? Ao planejar um Sistema Gamificado é muito importante conhecer quem será o público-alvo desta ação. Ou seja: quem vai jogar?
Gamificação & Possíveis Falhas
Seguem alguns exemplos de falhas que podem ocorrer quando não se conhece, com clareza, os usuários:
1 – Desenvolver uma gamificação digital e só depois de pronta perceber que o público não tem acesso a internet.
2 – Elaborar uma atividade competitiva para pessoas que são extremamente colaborativas.
3 – Propor desafios muito complexos sem levar em conta o nível de instrução dos jogadores.
4 – Desenvolver uma jornada com o tema Basquete para pessoas não apreciam este esporte.
5 – Colocar recompensas que não fazem sentido como, por exemplo, um vale hambúrguer para um público vegetariano.
As falhas que podem ocorrer são inúmeras! Algumas mais fáceis de serem solucionadas, mas outras que afetam diretamente a estrutura do Sistema Gamificado.
Como obter um perfil mais preciso do público-alvo?
Em post anterior, explicamos sobre a importância de coletar dados importantes como faixa etária/geração, gênero, origem geográfica, escolaridade são essenciais.
Mas, somente estes dados não bastam! Se for, por exemplo, uma gamificação interna, é importante saber o cargo, áreas de interesse, se tem acesso digital, tempo disponível para participar da atividade, hábitos, conquistas no trabalho, pertencem a qual grupo de trabalho, atividades apreciadas, etc.
Se a gamificação for focada no público externo, também é preciso conhecer suas necessidades, motivações e dificuldades.
Gamificação & Personas
Após uma pesquisa detalhada, já é possível elaborar algumas Personas ( assim como é feito no Design Thinking e em algumas estratégias de Marketing) para este Ambiente Gamificado.
No livro Gamification at Work: Designing Engaging Business Software, os autores Janaki Kumar e Mario Herger apresentam um modelo de ficha específico para jogadores.
Nesta ficha, além dos itens já citados acima, os autores colocaram também dados sobre a cultura organizacional:
– formal/informal
– competitivo/cooperativo
– estruturado/desestruturado
– realizações individuais/realizações em grupo
Observe que nesta ficha também são considerados os pain points (pontos de dor ou pontos críticos). Os pontos de dor representam os problemas que o jogador encontra em sua vida profissional.
“Usar a gamificação para aliviar a dor de um jogador é uma ótima maneira de obter engajamento com seu projeto.”
Gamificação & Os Tipos de Jogadores
Outra estratégia para aumentar as chances de sucesso é conhecer os tipos de jogadores.
Richard Bartle , pesquisador de games, Bartle fez pesquisas sobre tipos de personalidade de jogadores em mundos virtuais. Ele escreveu um artigo classificando os jogadores de games. Na análise de Bartle, os jogadores podem ser divididos em quatro tipos. São eles: Achievers, Explorers, Socializers and Killers. Ou, em tradução livre: Conquistadores, Exploradores, Socializadores e Assassinos. Esta classificação tem sido largamente utilizada tanto para criar games como para desenhar projetos de gamificação:
Conquistadores (Achievers)
São movidos por objetivos no jogo para se destacar dos outros jogadores, geralmente alguma forma de acumular pontos – sejam eles pontos de experiência, níveis ou mesmo cupons de desconto. Eles são atraídos por um inventário de badges ou troféus, por exemplo.
Exploradores (Explorers)
São conduzidos pela vontade de descobrir o máximo possível sobre o jogo, incluindo desde o mapeamento da área geográfica até a compreensão da mecânica. Gostam da narrativa, de imergir no Sistema. Eles são curiosos e querem entender o porquê, desvendar mistérios, e saber como cumprir um desafio proposto.
Socializadores (Socializers)
Estão interessados em pessoas, e no que elas têm a dizer. Gostam muito de se comunicar e da troca de experiências. Eles não AGEM, eles INTERAGEM. O jogo é apenas um pano de fundo para socializarem com outros jogadores. Os socializadores são os que mais comentam e compartilham.
Assassinos (Killers)
Os Assassinos precisam ganhar. São movidos pela vontade de impor-se e ficam satisfeitos em proporcionar momentos de ansiedade nos outros jogadores. Para que eles ganhem, alguém precisa perder. Gostam de acompanhar o ranking e a pontuação.
“Nenhum jogador é 100% apenas de um tipo, geralmente é uma mescla de 2 tipos. O perfil do jogador também tende a mudar ao longo dos anos.”
Conclusão
Para o sucesso de uma Gamificação, é aconselhável reservar um tempo para conhecer melhor o público que irá utilizar a ferramenta.
A Ellux Consultoria está a disposição para auxiliar você e sua empresa em projetos gamificados.
Rosa A Epelbaum – diretora da Ellux Consultoria
Consulte nossos serviços de Consultoria, Treinamento, Auditoria e Gamificação em Sistemas de Gestão e Sustentabilidade.
Para saber mais:
Como estruturar um Sistema Gamificado
Gamificação, Diversão e Treinamentos
Gamificação e a Mudança de Hábitos
7 Fatores que podem atrapalhar o sucesso de uma gamificação
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