Um instigante artigo publicado pelo psicólogo Luiz Hanns chama a atenção para 3 tipos de corrupção, com as possíveis formas de combate:
Sistêmica
Grande corrupção pública de políticos/governo/grandes empresários/ judiciário -> o modo de combate seria por leis rígidas (como as 10 medidas contra a corrupção), controle dos financiamento eleitorais e apoio público contra a impunidade;
Endêmica
Micro corrupção privada cotidiana -> nossas pequenas atitudes antiéticas e desonestas (não furar a fila, não comprar carteira de habilitação nem produtos piratas, não estacionar em vaga de deficientes ou idosos, jogar lixo na rua, etc.) -> o combate deveria ser executado mobilizando-se a sociedade para incorporar a ética dentro da rotina de cada um;
Sindrômica
Da má gestão e burocracia -> combate através de maiores controles e procedimentos nos serviços públicos (e também privados)
Dentre as 3 alternativas, não consigo eliminar nenhuma no Brasil…
Os noticiários escancaram diariamente maus exemplos de corrupção sistêmica e sindrômica…
Medidas de Combate
E não precisamos dos noticiários para “trombarmos” com inúmeros exemplos de corrupção endêmica – é só fazer uma lista durante as atividades em um dia normal de trabalho, translado, supermercado, etc. Lembramos imediatamente do “jeitinho brasileiro”…
Se ainda não estiver convencido, pode também consultar os resultados do relatório IPCL Brasil – Índice de Percepção do Cumprimento da Lei da FGV – p.ex. no 1º semestre de 2015.
No que toca à batalha contra a corrupção sistêmica, esta parece ser a “Guerra dos Cem Anos” brasileira… assistimos inúmeras batalhas de uma longa (muito longa) guerra…
Quanto às medidas para combater a corrupção sindrômica, parecem seguir um caminho mais rápido… As organizações e as instâncias de governo estão crescentemente se convencendo da importância de adotar controles internos, procedimentos e sistemas de gestão mais rigorosos. Vemos crescer o número de avaliações de risco e “due dilligence”, envolvimento do setor financeiro (p.ex. novos critérios de avaliação de integridade do BNDES), listas de empresas bloqueadas por questões de integridade (p.ex. da Petrobras tem cerca de 20 empresas), “red flags”, profissionais de compliance, auditorias de compliance e antissuborno, ISO 37001, transparência de informações (p.ex. setores com mais casos em investigação na FCPA são os de serviços de óleo & gás, telecomunicações, saúde, farmacêutico e financeiro). A consciência e a prática estão aumentando!
Se tivermos que escolher dentre as distintas medidas para os 3 tipos de corrupção, temos de escolher todas as 3!!! E devemos fazer a nossa parte em qualquer deles…
Michel Epelbaum – diretor da Ellux Consultoria
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