A influência da Gestão Ambiental na Competitividade Empresarial Setorial no Brasil: o Caso do Setor Eletro-eletrônico

A influência da Gestão Ambiental na Competitividade Empresarial Setorial no Brasil: o Caso do Setor Eletro-eletrônico – setembro/2002

Uma reflexão sobre quais os resultados da influência da gestão ambiental na competitividade no setor eletro-eletrônico. Trabalho apresentado no V Simpósio de Gerenciamento Ambiental na Indústria – NISSAM 2002.

Objetivo

quais os fatores competitivos relevantes no setor eletroeletrônico?
quais os fatores da gestão ambiental pertinentes?
quais os resultados da influência da gestão ambiental na
competitividade no setor?

Tal setor foi selecionado por apresentar importantes questões ambientais relacionadas aos produtos (p.ex. resíduos tecnológicos) e por ser o setor de maior número de empresas/plantas certificadas p/ ISO 14001:

mais de 13% das empresas certificadas no Brasil;
mais de 13% das empresas certificadas em nível mundial.

Método

Literatura a respeito da competitividade no setor
Dados divulgados pelas empresas (sítios na internet)
Pesquisas anteriores realizadas
Pesquisa através de questionário
Entrevista com gerente de meio ambiente de empresa eletro-eletrônica e da ABINEE
Experiência dos autores no setor

Conclusões

Fatores competitivos essenciais:

diferenciação dos produtos (bens eletrônicos de consumo); tecnologia (informática, telecomunicações e automação industrial) -> produtos são mais prioritários que processos
Ferramentas como ACV e DfE poderão ser mais prioritárias do que ISO 14001

No entanto, as empresas no Brasil ainda estão mais focadas na gestão ambiental de processos e na implementação da ISO 14001

Maior abordagem regulatória sobre questões ambientais
em produtos eletro-eletrônicos na CE e Japão.

EUA: reação do setor empresarial para evitar a legislação e procurar
soluções de mercado

Brasil: início da preocupação com as questões ambientais associadas a produtos, seguindo a tendência CE de responsabilização dos fabricantes pela recepção de resíduos tecnológicos após a sua vida útil.

Setor de computadores: inserido na preocupação com a destinação de resíduos no pós-uso, redução do consumo de energia e eliminação de materiais perigosos, nos países desenvolvidos, mostrando-se ainda incipiente no Brasil

Setor de pilhas e baterias já está adaptado às novas regras:
ações de coleta e orientação (mundo e Brasil), mudança das pilhas para reduzir toxicidade (CE)
Eliminação do gases clorofluorcarbonados já foi absorvida pelo setor de linha branca e ar condicionado (Brasil e mundo).
Tendência: crescimento dos requisitos a fornecedores do setor eletro-eletrônico (seja pela exigência da implementação da ISO 14001, seja pela introdução de melhorias derivadas de análises de ciclo de vida dos produtos)

Sítios brasileiros na Internet são menos ricos de informações ambientais.

Sítios CE e japoneses falam muito mais sobre a visão de ciclo de vida e pesquisas para melhoria de produtos.

Sítios EUA falam menos em ciclo de vida (principalmente fabricantes de computadores e pilhas).

Canal externo de comunicação das empresas certificadas ISO 14001 não está funcionando adequadamente, uma vez que não houve resposta a solicitação de informações.

Tendência de médio/longo prazo: crescimento das categorias de selos verdes no Brasil, seguindo os modelos europeus. Neste sentido, o INMETRO divulgou a sua intenção de introduzir selos para lâmpadas, eletrodomésticos e embalagens.

Autores: Alexandre Aguiar e Michel Epelbaum

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