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A Psicologia da Corrupção

É interessante ver o aumento de artigos sobre a psicologia da corrupção. Estes abordam as mudanças de comportamento e hábitos da população e dos atores da sociedade envolvidos, e as dificuldades para se definir medidas para o combate à corrupção e antissuborno. Vejamos alguns exemplos:

a população começa a encarar a corrupção como prática que produz perdas irreparáveis na prestação de serviços públicos: Segundo a socióloga Fátima Pacheco Jordão Fátima, a corrupção desviou dinheiro dos impostos, impactando a qualidade da saúde, educação, transportes, da segurança e saneamento. “Antes, era o rouba, mas faz. Agora, é rouba e me nega serviços que paguei a duras penas com impostos” A nova maneira de ver a corrupção, que ajudou a impulsionar com mais de 2 milhões de assinaturas as Dez Medidas contra Corrupção em projeto que tramita no Congresso, passou a ter impacto eleitoral, entende a socióloga (fonte: Celso Ming, OESP, 25/09/16 – Novo foco na corrupção).

como uma droga, a corrupção vicia e dá prazer, e o “tratamento” possível — a punição – não garante a solução do problema resolvido, segundo profissionais de psicanálise, psiquiatria e ciência política, que se debruçam sobre a questão.  Segundo a cientista política Rita Biason, do Centro de Estudos e Pesquisas sobre Corrupção da Unesp, a falta de controle é o maior incentivo para um corrupto. “O indivíduo que tem a possibilidade de obter algum ganho fácil com a utilização de recursos públicos irá fazê-lo”, afirma. “A corrupção não acaba. Ela vai ser controlada. Esse controle depende dos dispositivos que temos para mantê-la sob controle” (fonte: Bernardo Barbosa – UOL, em São Paulo – 25/04/2016 – Por que a corrupção vicia e dá prazer?).

a corrupção é mais tolerada do que gostaríamos, e para acabar com ela deveria haver mudanças sociais e culturais coletivas. Há uma grande diferença entre saber intelectualmente que fez algo errado e sentir emocionalmente que fez algo errado, diz a psicanalista Marion Minerbo. O psiquiatra Fernando Portela, por sua vez, afirma que “quando esse indivíduo (corrupto) tem outros juntos com ele, e essas pessoas estão compactuando entre si, a culpa que este tipo de atitude gera num indivíduo é mitigada. Porque estão fazendo aqui, eu também posso. Então o indivíduo se sente mais livre, à vontade”. O psicólogo Dan Ariely, da Universidade Duke, tem a mesma opinião sobre a motivação para a corrupção, acrescentando a aceitação deste comportamento como “a forma como as coisas são feitas”.  Então, para bloquear a corrupção com sucesso, seria necessário que todos nós concordássemos em mudar as coisas ao mesmo tempo, ele afirma (fonte: Bernardo Barbosa – UOL, em São Paulo – 25/04/2016 – Por que a corrupção é tão tolerada?).

Neste sentido, são imprescindíveis medidas amplas, gerais e coletivas anticorrupção e antissuborno, tanto na esfera pública como para os indivíduos e o meio empresarial. Projetos como as Dez Medidas contra Corrupção, Lei Anticorrupção, Convenções/Pactos Anticorrupção e as Normas ISO 37001 e ISO 19600 são fundamentais para a mudança desta mentalidade.

Michel Epelbaum – diretor da Ellux Consultoria

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1 Comments

  1. Responder

    Toda a sociedade está sujeita à corrupção, cometendo as pequenas infrações do dia a dia: furar filas, pagar para se livrar de uma multa, colar na prova. Vivemos dias difíceis. Escândalos de todos os tipos têm vindo à tona, evidenciando a corrupção. Hoje em dia a corrupção está bastante frequente no meio politico.

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